@prof.legeo 03/12/2024
No final da década de 1980, a União Soviética enfrentava uma grave crise política e econômica. Reformas como a Perestroika (reconstrução econômica) e a Glasnost (transparência política) foram introduzidas na tentativa de modernizar o regime socialista e responder aos crescentes problemas internos. No entanto, essas medidas não foram suficientes para evitar o colapso, que culminou na dissolução da URSS em 1991 e no fim da Guerra Fria. Este evento resultou na formação de novas repúblicas independentes, como as Repúblicas Bálticas, Repúblicas do Cáucaso e as Repúblicas Muçulmanas da Ásia Central, redesenhando o mapa da Europa e da Eurásia.
Com o colapso do bloco socialista, as antigas repúblicas soviéticas enfrentaram novos desafios. Na região do Cáucaso, por exemplo, conflitos étnicos e disputas por recursos estratégicos emergiram. A Chechênia tornou-se palco de guerras devido à sua população islâmica e à importância estratégica da região para oleodutos. Simultaneamente, regiões como Abkházia e Ossétia do Sul, na Geórgia, reivindicaram autonomia, apoiadas pela Rússia em 2008, gerando tensões locais e internacionais.
Outro ponto de tensão foi a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014 sob o argumento de proximidade étnica e histórica com a população local. Além disso, a posição estratégica da Crimeia no Mar Negro fortaleceu o controle militar russo na região, ampliando seu poder geopolítico.
Enquanto isso, no restante da Europa Oriental, a transição do socialismo para o capitalismo foi acompanhada por mudanças políticas significativas. A queda do Muro de Berlim em 1989 simbolizou o fim da divisão bipolar, permitindo a reunificação da Alemanha no ano seguinte. Países como a Tchecoslováquia passaram por transições pacíficas, como a Revolução de Veludo em 1993, que resultou na separação amigável entre República Tcheca e Eslováquia. Já a antiga Iugoslávia enfrentou uma dissolução violenta, marcada por guerras étnicas e a formação de novos países, como Bósnia-Herzegovina, Croácia e Kosovo.
Esses eventos demonstram como o fim do socialismo não trouxe apenas liberdade, mas também uma série de novos conflitos e desafios para a estabilidade geopolítica. A competição por recursos, as divisões étnicas e o expansionismo russo continuam a moldar a dinâmica da Europa Oriental e da região do Cáucaso.