@prof.legeo 03/12/2024
A África é um continente de extrema diversidade cultural, econômica e religiosa, mas pode ser dividida em duas grandes regiões com características distintas. Ao norte, temos a África Setentrional, onde predomina a população islâmica, devido à influência histórica dos povos árabes e berberes. Essa região é fortemente influenciada pelo deserto do Saara, que atua como uma barreira geográfica e cultural em relação à África Subsaariana.
Na África Subsaariana, prevalecem precárias condições socioeconômicas, reflexo de um histórico de exploração colonial e desigualdades estruturais. Embora seja uma região rica em recursos naturais, como minerais e florestas, muitos países ainda enfrentam desafios como fome, conflitos armados e instabilidade política.
Entre 1884 e 1885, a Conferência de Berlim marcou o início da partilha da África entre as potências europeias, com o objetivo de evitar conflitos entre si. Durante o evento, as fronteiras do continente foram desenhadas de forma arbitrária, sem levar em consideração as realidades culturais e étnicas locais. Essa ocupação efetiva resultou em sérios impactos para as populações locais, que foram submetidas a regimes coloniais exploratórios e opressivos.
O mapa apresentado ilustra como o continente foi dividido entre países como Reino Unido, França, Alemanha, Portugal, Itália, Espanha e Bélgica. Essa divisão é um reflexo claro dos interesses econômicos e estratégicos das potências europeias, que exploraram os recursos naturais e humanos da região.
Com o fim da colonização, muitas das fronteiras artificiais estabelecidas durante a Conferência de Berlim foram mantidas. Isso gerou países com grande complexidade étnica e pouca unidade nacional, o que contribuiu para conflitos internos e guerras civis em diversas regiões da África. A descolonização, ocorrida principalmente nas décadas de 1960 e 1970, trouxe um novo cenário político, mas não eliminou os problemas herdados do período colonial.
Os mapas da descolonização mostram como os países africanos alcançaram a independência ao longo do tempo, começando pelas nações do norte e gradualmente se espalhando para outras partes do continente. Apesar disso, a independência política nem sempre significou a independência econômica, e muitos países continuaram dependentes de suas antigas metrópoles.
A África do Sul possui uma história marcada pela colonização e segregação racial. Os colonos holandeses, conhecidos como bôeres, chegaram em 1652, seguidos pelos ingleses no século XIX. A rivalidade entre esses dois grupos culminou na Guerra dos Bôeres (1899-1902), que terminou com a vitória britânica.
No século XX, o regime de apartheid institucionalizou a segregação racial, privando a população negra de direitos básicos, como a posse de terras e o casamento inter-racial. Líderes como Nelson Mandela lutaram contra esse sistema, e, em 1994, o apartheid chegou ao fim com as primeiras eleições livres, marcando a transição para um governo democrático.
A Primavera Árabe, iniciada em dezembro de 2010, foi um movimento de protestos e manifestações em países árabes contra governos autoritários e condições socioeconômicas precárias. Na Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, os protestos levaram à queda de líderes que estavam no poder há décadas, como Hosni Mubarak no Egito e Muammar Kadafi na Líbia.
Embora tenha trazido mudanças significativas, a Primavera Árabe também deixou um legado de instabilidade em algumas regiões, com a eclosão de guerras civis e o fortalecimento de grupos extremistas.